domingo, 13 de novembro de 2016

WorkShop


Aos que desprezaram o corpo quero deixar minha opinião: tudo é corpo e nada mais, a alma é apenas o nome de qualquer coisa do corpo 

 Nietszche



Uma experiência realizada em grupo, que procura desenvolver uma sensibilização do si mesmo a partir da consciência corporal.
Ao longo das gerações ocidentais aprendemos a supervalorizar a razão. Todo o curso do pensamento humano vem sendo pautado no falar como mais importante e o corpo deteriorado como menos importante, porém com o advento da contemporaneidade percebemos a fragilidade da razão, eventos como Hiroshima, Auschwitz, Titanic e as grandes guerras mostraram o controle do homem sobre a natureza se tornando falho.
A partir do século XX inúmeros pensadores protagonizaram uma geração que descobre perplexa a ausência de sentido na vida.
Nietzsche nos destaca a importância do corpo como desconstrução de um ideal niilista, Pina Bausch como referência a dança contemporânea desconstrói do balé clássico o corpo ideal, Merleau-Ponty elabora a fenomenologia da percepção e inúmeros outros protagonistas nos presenteiam com sofisticadíssimas sabedorias.
Já no século XXI o que ainda nos falta aprender com tais sabedorias? O corpo vem sendo idealizado em padrões estéticos e movimentos performáticos, surgem em grandes escalas academias e verdadeiros centros de culto ao corpo, mas será que esse culto ao corpo é realmente uma supervalorização do sentir, da ação e do sentido corporal? Com bases existenciais e artísticas o psicólogo Danilo Pedrosa elabora o Workshop “A experieciação dos sentimentos a partir do corpo” para retomar esta tão sublime sabedoria e promove ainda exercícios práticos e artísticos em grupos com bases em sua carreira nas artes cênicas.
Informações adicionais: WorkShop voltado para todo o público adulto, é aconselhável roupas confortáveis.O grupo está limitado a no máximo 10 pessoas e é uma experiência pré terapêutica e educacional a cerca das emoções individuais, que procura revelar uma introdução ao grupo terapêutico semanal ministrado pelo psicólogo. Será entregue certificado de horas complementares
Programação
19:00 abertura palestra o corpo como uma disposição para o si mesmo
20:00 coffer break
20:20 vivência prática do corpo em movimento
INSCRIÇÕES
www.centrohumanista.com.br ou Rua: Padre Anchieta, 265 - Curitiba

Danilo Pedrosa é graduado em psicologia, atua como psicoterapeuta clínico com especialização em promoção da saúde mental, tem experiência com psicologia social e mediação de grupos terapêuticos, atua também como ator da Cia de Teatro Rodrigo D’Oliveira e membro do curso de teatro da Fundação Cultural de Curitiba.

domingo, 18 de setembro de 2016

DEMORE O TEMPO QUE FOR PARA ENCONTRAR O QUE TE ALEGRA, QUANDO ENCONTRAR NÃO RECUE.



“Demore o tempo que for para decidir o que você quer da vida, e depois de decidir não recue ante nenhum pretexto, porque o mundo tentará te dissuadir.”
A célebre frase atribuída ao grande pensador do séc. XIX Friedrich Nietzsche não é passível de ser gritada com toda rouquidão, não é hino de torcida de futebol nem verso de canção ou poesia, porém a mais sofisticada filosofia ainda precisa ser compreendia pelo ser humano. Não estamos preparados para Nietsche, nem tampouco para desgarrar dos padrões morais enraizados em séculos de doutrina racional.
Passam-se anos de uma vida sonolenta... Vivemos como personagens de carne e osso perambulando pelo castelo da Bela Adormecida. Apenas reagimos ao mundo, o vento bate a janela temos que fechar, a fila está posta ao final vamos se enfileirar. Quais as sensações você já se permitiu? Imploramos pela alegria como se fosse um vírus a nos contaminar. A palavra do momento é “engajamento” em algum momento alguém deve se desprender dos grilhões do castelo, e quando isto acontecer esteja preparado para não recuar, pois no mundo não faltará pessoas para te derrubar, e por este medo de cair, passamos por uma geração em enorme estado de incompreensão, não se damos por conta de que existimos, e somente no final da vida, no leito de morte é que compreenderemos o quão bestial fomos.
Diante disso caro leitor, quando por um momento não desejar mais sair de onde estiver, quando num sublime instante de alegria a vida pra você valer a pena, quando você contemplar a beleza da vida e não querer que o tempo passe, quando a vida fermentar, quando o bolo da vida subir, quando todo seu corpo pedir para continuar ali, quando a alegria for tanta que não couber em seu sorriso... Faça de tudo para existir, faça de tudo para buscar viver este momento por toda a eternidade, se engaje, faça de tudo para se sentir vivo todas as semanas, faça de tudo para vibrar a cada instante de sua vida, como se fosse repeti-lo por toda a eternidade e lembre-se não recue diante nenhum pretexto, pois no mundo não faltará energias contrarias para te derrubar.


Danilo Pedrosa

quinta-feira, 21 de julho de 2016

la rose n'a pas pourquoi - A VIDA É INÚTIL

            
"A rosa não tem porquê. Floresce porque floresce. Não cuida de si mesma. Nem pergunta se alguém a vê...".
__Angelus Silesius


            
           Não existe uma utilidade para a rosa, a obra do poeta acima é de uma reflexão sofisticadíssima; Dado a rosa o cientista pode constatar sua materialidade, sua funcionalidade no meio ambiente e todas as suas outras características, porém o que a rosa está fazendo ai na sua frente é um mistério, não é coisa para ciência, o porque da rosa é feito da mesma matéria que se compõem os sonhos.

Aquela fração de segundo ao ver seu colega no centro da cidade pode ser entendida como o encantamento com o SER, porque no próximo segundo você vai querer enquadrar esse encontro na utilidade tediosa mais próxima, no instante seguinte você se perguntará, onde estará indo seu colega? Está casado? Ou o que fez hoje? Ou seja, o outro tem um papel na sua vida, o outro você classifica como quiser, mas aquele instante quando você sorriu ao ver seu colega, é a rosa, aquele instante é a fórmula: “obrigada por existir.”

A vida é um enorme distanciamento do ser, quando reflito sobre mim, me distancio em passos largos do meu ser, quando digo: “nossa, eu estou comendo demais” eu nego a minha liberdade e atribuo uma causa útil a minha ação, essa cadeia de utilidades me angustia, me entristece pois não tem uma utilidade final, todos morreremos, sou um completo inútil no melhor sentido da palavra, e se me perguntar o que temos que fazer para a vida ser boa eu responderei igual ao sábio Sileno: a única solução da existência é não ter nascido, já que nasceu espere o fim da existência, quando o fim do sofrimento desaparecerá.

Danilo Pedrosa

quarta-feira, 20 de julho de 2016

O QUE PODE O CORPO?





Por que ao olhamos no espelho vemos um corpo gordo, feio ou envelhecido e neste mesmo instante alguém pode nos dizer o quão belo estamos? Ora, podemos notar que a resposta é uma rasa percepção individual. Cada um percebe o seu mundo, não tenho nenhuma esperança de que o outro perceba o mesmo mundo que o meu, até mesmo porque diante de mim o mundo pra você sou eu e o mundo pra mim é você. Quando apalpo uma garrafa de água o que sinto não é a garrafa e sim a minha mão sendo apertada pela garrafa, constrangida pelo mundo apresentado, ou seja, a percepção que tenho do mundo diz apenas sobre mim, portanto, se eu estive dez sentido ao invés de cinco o mundo certamente seria outro, a garrafa não seria mais sentida da mesma forma, basta um microscópio e a garrafa já não é mais garrafa, basta um olhar mais aprimorado e vejo células que antes não percebia.
Dado a minha percepção concluo que não há uma verdade universal a cerca da pergunta inicial, porém a verdade do corpo belo, sem rugas, magro está amplamente ligada ao elemento sucesso, o culto ao corpo está amplamente cristalizado nos meios na sociedade ocidental contemporânea, portanto o que vemos não é uma supervalorização do corpo e sim uma supervalorização a uma imagem de copro. Surgiram nos últimos anos academias que são verdadeiros centros de personalização do corpo, com vários espaços de convivência e acessórios que contribuem para um ideal de corpo perfeito, vemos também um crescimento nos serviços estéticos de aperfeiçoamentos de contornos do corpo, poderia enumerar aqui diversos serviços para um aprimoramento do culto a imagem do corpo. O que pretendo abordar neste espaço é uma critica ao falso culto ao corpo e a uma performance discursiva nos encontros vitais.
Segundo a física quântica um grão de areia contem o universo o que contem o corpo então? O corpo fala, revela, se sustenta... Em profunda maestria, notamos grupos de pessoas ao atravessar uma rua, jogadores num campo de futebol, dançarinos num espetáculo, loucos num caps... Ambos criam e repetem movimentos, que afetam e se deixam afetar, o corpo é o modo de ser no mundo de cada um, tão singular que teria que existir uma nova palavra para se definir, a forma do seu corpo e a maneira a qual se movimenta diz exclusivamente quem é você no mundo. Porém o corpo se adapta e se coloca em um ideal coletivo e um pluralismo insaciável que perde sua singularidade. Pessoas sentadas em uma reunião se portam diferente de uma roda de amigos num momento de descontração, não precisa nenhuma verbalização para que possamos notar as diferenças, porém sabemos que o homem não tem uma essência a priori, desta forma qualquer forma anterior de tentativa a ação é fracassada, pois como dizia Spinoza; cada encontro é inédito.
Desde a origem do pensamento ocidental com os gregos até a modernidade o homem manteve uma visão dualista do corpo, ou seja, o corpo como um objeto animado por uma alma, e a vida boa para o homem seria aquela que menos o corpo atrapalhasse, portanto houve uma supervalorização do falar e uma deteriorização do sentir, é só retomar conceitos fundamentais para o pensamento antigo de Platão, pensamento Estoicista, Pensamento Medieval e até mesmo os pensadores racionalistas da modernidade, os que pensam logo existem, muito embora nós últimos séculos o homem sofreu uma crise da ciência e consigo uma crise da razão, adventos como guerras, catástrofes e grandes holocaustos marcaram uma enorme falha do homem no controle da natureza.
O futuro chegou e com ele a angústia do homem em relação ao mundo, e um filosofo muito importante desconstrói toda a forma de pensar da filosofia. Nietzsche, para ele toda palavra é uma máscara e toda filosofia uma fachada, com uma severa critica ao Niilismo e a qualquer ideal Nietzsche nos faz refletir todo o curso do pensamento ocidental em mais de dois milênios, e diz o seguinte sobre o corpo.
“Aos que desprezaram o corpo quero deixar minha opinião: tudo é corpo e nada mais, a alma é apenas um nome dado a qualquer parte do corpo.”
Em apertada síntese o homem contemporâneo pauta sua vida em um corpo performático, estamos habituados a fundamentar o nosso pensamento no discurso, sendo que a fala é a ação representativa do corpo, o cérebro não origina nada, tudo que percebemos no mundo sentimos primeiro com nosso corpo, após isso o cérebro como um processador faz uma alquimia e devolve para uma representação daquilo que sentimos, ou seja, a fala e a ideia que foi tanto valorizada até hoje é a parte ínfima e menos importante da nossa existência, são por fim os sentidos do corpo que vibram em cada célula e em cada organismo, o inconsciente é revelado através do corpo, a fala é uma representação integrada num ideal niilista que foge a singularidade do homem.
Para Nietzsche a dança é uma superação, pois podemos experienciar o si mesmo, assim como a arte, na arte o instante se esgota nele mesmo, sem qualquer ideal performático, a repetição como o ideal escolar é fundamental para o homem, porém não é tudo, aquilo que fazemos com isso é mais importante, a vida é sinônimo de tempo e tempo é sinônimo de ação, a vida deve se expandir e se contrair, pois caso contrario não há vida, as nossas pulsões devem se esgotar nela mesmo, a vida boa a partir disto é então inútil, não serve para nada, pois a soberania da vida não é serviu que de nada soberano tem.

Portanto vejo o corpo como esse movimento de expansão e contração, e neste movimento idêntico ao da ostra o corpo morre a cada instante, e no final a soma de todas as tristezas ganham, não tem nada mais além disso, a vida é cruel, tediosa, insignificante e marcada por mais angustias do que felicidades, não quero fazer guerra ao niilista ou ao feio, não quero nem mesmo acusar o acusador, que minha única negação seja desviar o olhar, que assim como Nietsche eu seja apenas alguém que diz sim, e que com este pequeno fragmento de texto eu deixe claro apenas que você não habita um corpo, o corpo é tudo e nada mais.

Danilo Pedrosa

domingo, 12 de junho de 2016

PARA ONDE VAI A VIDA DEPOIS DE SER VIVIDA?


Devaneios do pai de Hans-Thomas na praça de Atenas. 
Retirado do livro "O DIA DO CURINGA"


- Na praia, uma criança constrói um castelo de areia. Por um momento, contempla admirada a sua obra. Depois destrói tudo e constrói um outro castelo. Da mesma forma, o tempo permite que o globo terrestre realize seus experimentos. Aqui nesta praça se escreveu a história do mundo; aqui os acontecimentos foram gravados na memória das pessoas, e depois novamente apagados. Na Terra, a vida Pulsa de forma desordenada, até que um belo dia nós somos modelados... com o mesmo e frágil material de nossos antepassados. O sopro do tempo nos perpassa, nos carrega e se incorpora a nós. Depois se desprende de nós e nos deixa cair. Somos arrebatados como num passe de mágica e depois novamente abandonados. Sempre há alguma coisa fermentando, à espera de tomar nosso lugar. Isso porque não temos um solo firme sob os nossos pés. Não temos sequer areia sob os pés. Nós somos areia.
- Podemos escapar de reis e imperadores, e talvez até de Deus. Mas não podemos escapar do tempo. O tempo nos enxerga em toda a parte, pois tudo à nossa volta está mergulhado nesse elemento infatigável.
- O tempo não passa, Hans-Thomas, e não é um relógio. Nós passamos e são os nossos relógios que fazem tiquetaque. O tempo vai devorando tudo através da história, silenciosa e inexoravelmente, como o sol se levanta no Leste e se põe no Oeste. Ele destrói civilizações, corrói antigos monumentos e engole gerações atrás de gerações.
- Por um breve espaço de tempo fazemos parte da extraordinária agitação deste mundo. Andamos pela Terra como se isso fosse a coisa mais evidente do mundo. Você viu como as pessoas se agitam feito formigas lá na Acrópole? Mas toda aquela agitação vai desaparecer. Vai desaparecer e ser substituída por outra, pois sempre há outras pessoas prontas, à espera. Sempre surgem novas idéias. Nenhum tema se repete, nenhuma composição é escrita duas vezes... Nada é tão complicado e tão precioso quanto um ser humano, meu filho. Apesar disso, somos tratados como futilidades baratas!
 - Vagamos por esse mundo como personagens de uma aventura maravilhosa. Cumprimentamo-nos e sorrimos uns para os outros como se quiséssemos dizer: "Oi, aqui estamos nós vivendo juntos nesse momento! Dentro da mesma realidade... ou da mesma história". Não é inacreditável, Hans-Thomas? Vivemos num planeta no universo. Mas logo seremos varridos do tabuleiro. Abracadabra e... pronto! Desaparecemos.
- Estamos vivos, ouviu bem? Mas só por esta vez podemos dizer, de braços abertos, que existimos. Mas logo somos colocados de lado e enfiados no saco das trevas da história.
Somos parte de um eterno baile de máscaras, em que os mascarados vêm e se vão. Só acho que mereceríamos coisa melhor, HansThomas. Você e eu mereceríamos ter nossos nomes gravados em alguma coisa eterna, que não fosse apagada como o mar que destrói o castelo de areia.


JOSTEIN GAARDER

segunda-feira, 30 de maio de 2016

QUAL O SENTIDO DA VIDA?



       Aristóteles acreditava que a felicidade consiste em ter determinadas virtudes e usá-las de acordo com a necessidade cosmológica, ou seja, se você sabe nadar ajudará alguém que se afogue, portanto se não sabe, não se inclinará para tal. Embora seja uma ideia medonha, esse pensamento aristotélico de que o vento venta, a maré mareia e o “desnadador” não pode nadar permaneceu por séculos no mundo ocidental, até o surgimento do período chamado de idade média
     Por outro longo período o cristianismo atribuiu o sentido da vida há um Deus, que poderia ser alcançado através da fé e dos afazeres religiosos em relação à fé, portanto as grandes perguntas como: “quem sou eu?” “de onde vim?” “para onde vou?” poderiam ser respondidas através da igreja.  Foi necessário pelo menos mil anos para que a humanidade cansasse de tais respostas, após um milênio de cochilo o pensamento ressurge com inúmeros movimentos que buscam novas fórmulas para o sentido da vida. 
       Pensadores e artistas surgem para ditar um novo modo de se pensar, as correntes são as mais diversas possíveis, dentre barroco, renascimento, iluminismo, romantismo, passando por grandes nomes da história como Shakespeare, Descartes, Spinoza, Hegel.
       Este movimento também se esgotou, e a busca por respostas foi se caracterizando em um aparato mais humano, com o surgimento de pensamentos alternativos o ser humano busca respostas para ele mesmo dentro de si, com grande influência de Buda a resposta estava na convivência humana de que todos são iguais,  super valorizando o ser humano, surgindo assim o humanismo, uma corrente do pensamento predominante nos tempos modernos como um culto ao ser humano. 
      Já a partir do século XX o ser humano começa a questionar todos os ideais anteriores, influenciados por Nietzsche, pela primeira vez na historia o pensamento não tem a pretensão de dar nenhuma resposta ao sentido da vida, toda à literatura e o pensamento reflexivo do que chamamos existencialismo vem para derrubar todos os deuses anteriores e os pensamentos medonhos ditos como fonte de resposta ao homem, pensadores como Camus, Sartre, Kierkegaard e Nietzsche desconstroem todo o pensamento da historia da humanidade e como se não bastasse, não nos dá resposta alguma, ou seja, não há novas verdades nessa linha de pensamento, autores como Albert Camus por exemplo, reflete sobre o absurdo da vida e conclui que “a vida só tem sentido se soubermos que não tem sentido”.
      Portanto caro leitor, nesse breve relato do curso do pensamento, podemos ter uma noção de que o sentido da vida é uma característica própria do ser humano, samambaias e sapos não podem refletir sobre o sentido da vida, acredito que um ser humano esteja lendo este texto então se você procurava alguma resposta para o sentido da vida, lamento informar que ‘não tem” meu objetivo existencial é derrubar estes poços de pensamento que ainda predominam por ai, inclusive em textos virtuais como este, a vida que vale a pena ser vivida é a minha vida, dela não me atrevo a escrever, a sua vida, idem, não vou escrever.
  
Danilo Pedrosa

UMA PIZZA POR FAVOR!

Não escolhi nascer, desde então escolho tudo, três páginas de pizzas no menu e três departamentos numa loja que já escolhi. Pelo que desejo escolher? As energias vão sentido frente, freneticamente me choco freqüentemente convivo com o choque, o choque diferencia do marasmo, e de repente me adapto ao marasmo. Quanto mais à energia não se choca mais sabores de pizza se criam, quanto mais sabores, mais a angústia me rodeia, a angústia não prepara o jantar, adora pedir pizza, tem três filhos, a lama o corpo e o espírito, como crescerá pobres crianças que só se alimentam de pizza? De vez em quando o marasmo se cansa e a energia deixa de escolher. 

Danilo Pedrosa

quinta-feira, 26 de maio de 2016

O QUE PODEMOS APRENDER COM O FILME: O QUARTO DE JACK?


Recentemente elaborei uma análise psicológica do filme “O quarto de Jack”, prometi visualizar elementos do filme sob a ótica existencial, para que alunos da graduação em psicologia pudessem debater questões do filme e visualizar o tratamento das diversas abordagens psicológicas. Após esta análise constatei em minha relação com o mundo elementos semelhante aos abordados no filme, portanto descrevo a seguir estes elementos.
O filme trata de um sequestro, onde Joe uma adolescente de 17 anos é mantida em cativeiro por 8 anos, nesse período Joe engravida do seu sequestrador, a que ela se refere como “Velho Nick” e Jack nasce dentro do cativeiro. O telespectador é convidado a ver e sentir o filme através dos olhos de Jack e as narrativas e diálogos de Jack iniciam no dia do seu aniversário de 5 anos. O que você precisa saber a priori é que mãe e filho convivem em um quarto aparentemente pequeno durante todo 5 anos, recebendo as visitas do velho Nick de quando em vez. É uma historia trágica de violência que nos remete a uma reflexão sobre a vida.
Joe cria um mundo para conviver com seu filho e esconde a realidade dele até os 5 anos, Joe estava em plena adolescência quando foi sequestrada, mesmo havendo o corte de suas relações com o mundo exterior ela da um sentido a sua vida ao criar seu filho Jack. Quantos de nós ficamos sem chão ao menor sinal de prejuízo diante de uma carreira, família ou amigos ou diante de uma tragédia como a perda de um ente querido? Ou até mesmo  a chegada de um filho indesejado? Muitos se vêm no completo caos. A primeira grande lição que o filme nos mostra é a capacidade de construir a sua historia mesmo diante das intempéries do mundo.
E não para por ai, o filme mostra inúmeros elementos que Jack aprende em sua criação, dignos da mais sofisticada educação. Jack expressa a mais nobre lição do relacionamento com si mesmo ao ver a sua mãe com dor de dente: “se não liga não importa”. A máxima da imagem abaixo nos diz o quão importante é a relação que temos com as coisas do mundo, quantas vezes ficamos extremamente furiosos ao receber uma fechada no trânsito, e por quantas vezes descontamos essa raiva em amigos ou familiares ou em nos mesmos, bastaria apenas não ligar.



Outra imagem ainda do inicio do filme é quando Joe mata o rato que estava no quarto, e Jack diz: “ele estava vivo, ele era real!”. Jack mesmo não tendo uma visão do mundo exterior se angustia com a perda do rato real, essa cena parece pessimista, porém é muito importante para entendermos o mundo em que vivemos, o que é real nos angustia? – Sim!
Somos finitos e temos a consciência da morte, sabemos que vamos morrer e que tudo a nossa volta também, muitas vezes expressamos com todo vigor: “você sabe com quem está falando?” Não dando assim por conta de que somos pequenos e que nem tudo é para sempre, muitos conflitos emocionais surgem por conta da fuga da angústia, a angústia é inevitável e em cada escolha que fazemos matamos outra parte de nos.



A importância da angústia está em se abrir para uma presença privilegiada no mundo, pois com ela você pode ser quem realmente é, diferente de livros de auto ajuda e otimismo barato que faz com que corremos dos sofrimentos e não os enfrentamos. É visto claramente no filme que a angustia dos personagens é a porta de saída do quarto, quando Jack e Joe sentem a falta de uma vela para o bolo de aniversário,sentem falta da vitamina semanal, ou com os questionamentos de Jack sobre coisas reais e coisas da televisão, só então Joe começa a mostrar o mundo para Jack, e na brilhante cena abaixo como síntese dessa angústia Joe mostra para Jack que existe dois lados para tudo.



A reflexão desta cena é fundamental para o bom relacionamento com amigos, família, companheiros ou qualquer tipo de relacionamento entre duas ou mais pessoas. A partir do conhecimento de si mesmo você pode conhecer o outro. Vivemos por ai perambulando como criaturas de carne e osso saída de um conto de fadas, cumprimentamos nossos semelhantes como se quiséssemos dizer: “oi”, “estamos aqui”, “prazer em conhecê-lo nesta geração”, mas no fundo nunca acordamos do sono do castelo da bela adormecida.
O que quero dizer é de extrema importância, porém não adiantaria eu sair por ai e gritar com toda rouquidão, para que você acordasse, portanto caro leitor, cada pessoa é um mundo do outro lado da parede, por inúmeras vezes tentamos trazer pessoas para o nosso quarto, quando queremos que a nossa percepção de mundo seja a única, é de uma tirania medonha quando apenas nosso ponto de vista é o que importa, por isso reflita sempre que você pode ser único e conviver com outros que também são únicos.
O filme nos mostra até ai uma sequencia de elementos categóricos para este texto, é de uma profunda reflexão teórica, com á pratica desta teoria os protagonistas do filme conseguem o aporte do seu desejo: saem do quarto.
A segunda metade do filme só é relevante se você entender a primeira do ponto de vista reflexivo, quando Jack sai do quarto e encontra a sua mãe ele tem vontade de voltar para o quarto, os eventos sucessivos que vão acontecendo apontam para uma hostilidade não vista antes no filme, acontecem conflitos familiares, desentendimento com uma repórter, dificuldades financeiras, e Jack aos poucos vai compreendendo o mundo a sua volta.

A reflexão final que eu trago do filme é de que o mundo não tem sentido e, portanto, nós temos que nos criar por si só. Quando Jack faz uma narrativa na cena ao lado de sua mãe na rede ele diz: “A mãe e eu decidimos que porque a gente não sabe do que gosta, vamos experimentar tudo.” A reflexão de quem somos e para onde vamos é uma questão que o homem sempre se pergunta, e que faz com que nossa ação no mundo seja pautada nessas questões, e como não sabemos o que gostamos não sabemos qual o nosso fim, será que ainda permanecemos no quarto ou já saímos dele?

Danilo Pedrosa

sexta-feira, 13 de maio de 2016

DICAS PARA PRATICAR COM SEU FILHO HOJE!

Criar um filho deve ser uma tarefa natural para qualquer mamífero, porém, para o ser humano não basta apenas às necessidades fisiológicas. Com o passar dos anos não nos bastou apenas ter saúde, fogo e comida, é preciso ser reconhecido, ser aceito num determinado grupo. A relação que o ser humano se encontra de aceitação e de aceitar é tão subjetiva quanto complexa, que em hipótese alguma caberia uma tabela da melhor maneira de se conviver. Porém dentre muitos atendimentos á crianças e dentre enormes tentativas de entender minha visão de ser humano descrevo aqui algumas dicas julgadas por mim importantes na infância.



1 – ELOGIE O PROCESSO: Ao elogiar um desenho produzido por seu filho ele entenderá que seu quadro está ótimo e não deve ser melhorado,  também não reconhecerá que seu esforço para tal. Prefira destacar o processo de fazer um desenho, um carrinho no lego ou qualquer outra tarefa, fazendo isso à criança aprenderá a dar valor ao que foi feito e não ficará limitada ao resultado.
2 – IDENTIFIQUE OS SENTIMENTOS DO SEU FILHO: Fique sempre alerta para refletir os sentimentos para a criança de tal forma que ela adquira conhecimento sobre seu comportamento. Exemplo: Pais – Você está agitado hoje, parece que aconteceu alguma coisa, estou certo? Criança – Sim, estou brabo.
3 – SEJA CONGRUENTE: É importante que você esteja em harmonia com aquilo que pensa, fala e faz, saiba identificar para seu filho quando se está brabo, feliz ou com raiva, você não precisa ser alegre a todo tempo ao lado do seu filho, mas, ele precisa saber diferenciar os estados de humor, para que se desenvolva a empatia na criança.
4 – OFEREÇA LIBERDADE: Desde o nascimento a criança tem a noção da busca de solução de problemas nela própria ou no ambiente, ao invés de dar todas as respostas deixe-as que procurem por si só, mesmo que procure em você, esse é um passo muito importante para a autonomia do seu filho.

5 – SEJA SINCERO: Dentre todas as virtudes, seja sincero, um desenvolvimento baseado em enganações não tem como ser autêntico, fale com seu filho como falarias consigo mesmo, desde as primeiras palavras, diga a verdade, não se aprende a ser uma boa pessoa com medo do homem do saco.