"A rosa não tem
porquê. Floresce porque floresce. Não cuida de si mesma. Nem pergunta se alguém
a vê...".
__Angelus Silesius
__Angelus Silesius
Não existe uma utilidade para a
rosa, a obra do poeta acima é de uma reflexão sofisticadíssima; Dado a rosa o
cientista pode constatar sua materialidade, sua funcionalidade no meio ambiente
e todas as suas outras características, porém o que a rosa está fazendo ai na sua
frente é um mistério, não é coisa para ciência, o porque da rosa é feito da mesma matéria que se
compõem os sonhos.
Aquela fração
de segundo ao ver seu colega no centro da cidade pode ser entendida como o
encantamento com o SER, porque no próximo segundo você vai querer enquadrar
esse encontro na utilidade tediosa mais próxima, no instante seguinte você se perguntará, onde estará indo seu colega? Está casado? Ou o que fez hoje? Ou
seja, o outro tem um papel na sua vida, o outro você classifica como quiser, mas
aquele instante quando você sorriu ao ver seu colega, é a rosa, aquele instante
é a fórmula: “obrigada por existir.”
A vida é um
enorme distanciamento do ser, quando reflito sobre mim, me distancio em passos
largos do meu ser, quando digo: “nossa, eu estou comendo demais” eu nego a
minha liberdade e atribuo uma causa útil a minha ação, essa cadeia de
utilidades me angustia, me entristece pois não tem uma utilidade final, todos
morreremos, sou um completo inútil no melhor sentido da palavra, e se me
perguntar o que temos que fazer para a vida ser boa eu responderei igual ao sábio
Sileno: a única solução da existência é não ter nascido, já que nasceu espere o
fim da existência, quando o fim do sofrimento desaparecerá.
Danilo Pedrosa
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