segunda-feira, 30 de maio de 2016

QUAL O SENTIDO DA VIDA?



       Aristóteles acreditava que a felicidade consiste em ter determinadas virtudes e usá-las de acordo com a necessidade cosmológica, ou seja, se você sabe nadar ajudará alguém que se afogue, portanto se não sabe, não se inclinará para tal. Embora seja uma ideia medonha, esse pensamento aristotélico de que o vento venta, a maré mareia e o “desnadador” não pode nadar permaneceu por séculos no mundo ocidental, até o surgimento do período chamado de idade média
     Por outro longo período o cristianismo atribuiu o sentido da vida há um Deus, que poderia ser alcançado através da fé e dos afazeres religiosos em relação à fé, portanto as grandes perguntas como: “quem sou eu?” “de onde vim?” “para onde vou?” poderiam ser respondidas através da igreja.  Foi necessário pelo menos mil anos para que a humanidade cansasse de tais respostas, após um milênio de cochilo o pensamento ressurge com inúmeros movimentos que buscam novas fórmulas para o sentido da vida. 
       Pensadores e artistas surgem para ditar um novo modo de se pensar, as correntes são as mais diversas possíveis, dentre barroco, renascimento, iluminismo, romantismo, passando por grandes nomes da história como Shakespeare, Descartes, Spinoza, Hegel.
       Este movimento também se esgotou, e a busca por respostas foi se caracterizando em um aparato mais humano, com o surgimento de pensamentos alternativos o ser humano busca respostas para ele mesmo dentro de si, com grande influência de Buda a resposta estava na convivência humana de que todos são iguais,  super valorizando o ser humano, surgindo assim o humanismo, uma corrente do pensamento predominante nos tempos modernos como um culto ao ser humano. 
      Já a partir do século XX o ser humano começa a questionar todos os ideais anteriores, influenciados por Nietzsche, pela primeira vez na historia o pensamento não tem a pretensão de dar nenhuma resposta ao sentido da vida, toda à literatura e o pensamento reflexivo do que chamamos existencialismo vem para derrubar todos os deuses anteriores e os pensamentos medonhos ditos como fonte de resposta ao homem, pensadores como Camus, Sartre, Kierkegaard e Nietzsche desconstroem todo o pensamento da historia da humanidade e como se não bastasse, não nos dá resposta alguma, ou seja, não há novas verdades nessa linha de pensamento, autores como Albert Camus por exemplo, reflete sobre o absurdo da vida e conclui que “a vida só tem sentido se soubermos que não tem sentido”.
      Portanto caro leitor, nesse breve relato do curso do pensamento, podemos ter uma noção de que o sentido da vida é uma característica própria do ser humano, samambaias e sapos não podem refletir sobre o sentido da vida, acredito que um ser humano esteja lendo este texto então se você procurava alguma resposta para o sentido da vida, lamento informar que ‘não tem” meu objetivo existencial é derrubar estes poços de pensamento que ainda predominam por ai, inclusive em textos virtuais como este, a vida que vale a pena ser vivida é a minha vida, dela não me atrevo a escrever, a sua vida, idem, não vou escrever.
  
Danilo Pedrosa

UMA PIZZA POR FAVOR!

Não escolhi nascer, desde então escolho tudo, três páginas de pizzas no menu e três departamentos numa loja que já escolhi. Pelo que desejo escolher? As energias vão sentido frente, freneticamente me choco freqüentemente convivo com o choque, o choque diferencia do marasmo, e de repente me adapto ao marasmo. Quanto mais à energia não se choca mais sabores de pizza se criam, quanto mais sabores, mais a angústia me rodeia, a angústia não prepara o jantar, adora pedir pizza, tem três filhos, a lama o corpo e o espírito, como crescerá pobres crianças que só se alimentam de pizza? De vez em quando o marasmo se cansa e a energia deixa de escolher. 

Danilo Pedrosa

quinta-feira, 26 de maio de 2016

O QUE PODEMOS APRENDER COM O FILME: O QUARTO DE JACK?


Recentemente elaborei uma análise psicológica do filme “O quarto de Jack”, prometi visualizar elementos do filme sob a ótica existencial, para que alunos da graduação em psicologia pudessem debater questões do filme e visualizar o tratamento das diversas abordagens psicológicas. Após esta análise constatei em minha relação com o mundo elementos semelhante aos abordados no filme, portanto descrevo a seguir estes elementos.
O filme trata de um sequestro, onde Joe uma adolescente de 17 anos é mantida em cativeiro por 8 anos, nesse período Joe engravida do seu sequestrador, a que ela se refere como “Velho Nick” e Jack nasce dentro do cativeiro. O telespectador é convidado a ver e sentir o filme através dos olhos de Jack e as narrativas e diálogos de Jack iniciam no dia do seu aniversário de 5 anos. O que você precisa saber a priori é que mãe e filho convivem em um quarto aparentemente pequeno durante todo 5 anos, recebendo as visitas do velho Nick de quando em vez. É uma historia trágica de violência que nos remete a uma reflexão sobre a vida.
Joe cria um mundo para conviver com seu filho e esconde a realidade dele até os 5 anos, Joe estava em plena adolescência quando foi sequestrada, mesmo havendo o corte de suas relações com o mundo exterior ela da um sentido a sua vida ao criar seu filho Jack. Quantos de nós ficamos sem chão ao menor sinal de prejuízo diante de uma carreira, família ou amigos ou diante de uma tragédia como a perda de um ente querido? Ou até mesmo  a chegada de um filho indesejado? Muitos se vêm no completo caos. A primeira grande lição que o filme nos mostra é a capacidade de construir a sua historia mesmo diante das intempéries do mundo.
E não para por ai, o filme mostra inúmeros elementos que Jack aprende em sua criação, dignos da mais sofisticada educação. Jack expressa a mais nobre lição do relacionamento com si mesmo ao ver a sua mãe com dor de dente: “se não liga não importa”. A máxima da imagem abaixo nos diz o quão importante é a relação que temos com as coisas do mundo, quantas vezes ficamos extremamente furiosos ao receber uma fechada no trânsito, e por quantas vezes descontamos essa raiva em amigos ou familiares ou em nos mesmos, bastaria apenas não ligar.



Outra imagem ainda do inicio do filme é quando Joe mata o rato que estava no quarto, e Jack diz: “ele estava vivo, ele era real!”. Jack mesmo não tendo uma visão do mundo exterior se angustia com a perda do rato real, essa cena parece pessimista, porém é muito importante para entendermos o mundo em que vivemos, o que é real nos angustia? – Sim!
Somos finitos e temos a consciência da morte, sabemos que vamos morrer e que tudo a nossa volta também, muitas vezes expressamos com todo vigor: “você sabe com quem está falando?” Não dando assim por conta de que somos pequenos e que nem tudo é para sempre, muitos conflitos emocionais surgem por conta da fuga da angústia, a angústia é inevitável e em cada escolha que fazemos matamos outra parte de nos.



A importância da angústia está em se abrir para uma presença privilegiada no mundo, pois com ela você pode ser quem realmente é, diferente de livros de auto ajuda e otimismo barato que faz com que corremos dos sofrimentos e não os enfrentamos. É visto claramente no filme que a angustia dos personagens é a porta de saída do quarto, quando Jack e Joe sentem a falta de uma vela para o bolo de aniversário,sentem falta da vitamina semanal, ou com os questionamentos de Jack sobre coisas reais e coisas da televisão, só então Joe começa a mostrar o mundo para Jack, e na brilhante cena abaixo como síntese dessa angústia Joe mostra para Jack que existe dois lados para tudo.



A reflexão desta cena é fundamental para o bom relacionamento com amigos, família, companheiros ou qualquer tipo de relacionamento entre duas ou mais pessoas. A partir do conhecimento de si mesmo você pode conhecer o outro. Vivemos por ai perambulando como criaturas de carne e osso saída de um conto de fadas, cumprimentamos nossos semelhantes como se quiséssemos dizer: “oi”, “estamos aqui”, “prazer em conhecê-lo nesta geração”, mas no fundo nunca acordamos do sono do castelo da bela adormecida.
O que quero dizer é de extrema importância, porém não adiantaria eu sair por ai e gritar com toda rouquidão, para que você acordasse, portanto caro leitor, cada pessoa é um mundo do outro lado da parede, por inúmeras vezes tentamos trazer pessoas para o nosso quarto, quando queremos que a nossa percepção de mundo seja a única, é de uma tirania medonha quando apenas nosso ponto de vista é o que importa, por isso reflita sempre que você pode ser único e conviver com outros que também são únicos.
O filme nos mostra até ai uma sequencia de elementos categóricos para este texto, é de uma profunda reflexão teórica, com á pratica desta teoria os protagonistas do filme conseguem o aporte do seu desejo: saem do quarto.
A segunda metade do filme só é relevante se você entender a primeira do ponto de vista reflexivo, quando Jack sai do quarto e encontra a sua mãe ele tem vontade de voltar para o quarto, os eventos sucessivos que vão acontecendo apontam para uma hostilidade não vista antes no filme, acontecem conflitos familiares, desentendimento com uma repórter, dificuldades financeiras, e Jack aos poucos vai compreendendo o mundo a sua volta.

A reflexão final que eu trago do filme é de que o mundo não tem sentido e, portanto, nós temos que nos criar por si só. Quando Jack faz uma narrativa na cena ao lado de sua mãe na rede ele diz: “A mãe e eu decidimos que porque a gente não sabe do que gosta, vamos experimentar tudo.” A reflexão de quem somos e para onde vamos é uma questão que o homem sempre se pergunta, e que faz com que nossa ação no mundo seja pautada nessas questões, e como não sabemos o que gostamos não sabemos qual o nosso fim, será que ainda permanecemos no quarto ou já saímos dele?

Danilo Pedrosa

sexta-feira, 13 de maio de 2016

DICAS PARA PRATICAR COM SEU FILHO HOJE!

Criar um filho deve ser uma tarefa natural para qualquer mamífero, porém, para o ser humano não basta apenas às necessidades fisiológicas. Com o passar dos anos não nos bastou apenas ter saúde, fogo e comida, é preciso ser reconhecido, ser aceito num determinado grupo. A relação que o ser humano se encontra de aceitação e de aceitar é tão subjetiva quanto complexa, que em hipótese alguma caberia uma tabela da melhor maneira de se conviver. Porém dentre muitos atendimentos á crianças e dentre enormes tentativas de entender minha visão de ser humano descrevo aqui algumas dicas julgadas por mim importantes na infância.



1 – ELOGIE O PROCESSO: Ao elogiar um desenho produzido por seu filho ele entenderá que seu quadro está ótimo e não deve ser melhorado,  também não reconhecerá que seu esforço para tal. Prefira destacar o processo de fazer um desenho, um carrinho no lego ou qualquer outra tarefa, fazendo isso à criança aprenderá a dar valor ao que foi feito e não ficará limitada ao resultado.
2 – IDENTIFIQUE OS SENTIMENTOS DO SEU FILHO: Fique sempre alerta para refletir os sentimentos para a criança de tal forma que ela adquira conhecimento sobre seu comportamento. Exemplo: Pais – Você está agitado hoje, parece que aconteceu alguma coisa, estou certo? Criança – Sim, estou brabo.
3 – SEJA CONGRUENTE: É importante que você esteja em harmonia com aquilo que pensa, fala e faz, saiba identificar para seu filho quando se está brabo, feliz ou com raiva, você não precisa ser alegre a todo tempo ao lado do seu filho, mas, ele precisa saber diferenciar os estados de humor, para que se desenvolva a empatia na criança.
4 – OFEREÇA LIBERDADE: Desde o nascimento a criança tem a noção da busca de solução de problemas nela própria ou no ambiente, ao invés de dar todas as respostas deixe-as que procurem por si só, mesmo que procure em você, esse é um passo muito importante para a autonomia do seu filho.

5 – SEJA SINCERO: Dentre todas as virtudes, seja sincero, um desenvolvimento baseado em enganações não tem como ser autêntico, fale com seu filho como falarias consigo mesmo, desde as primeiras palavras, diga a verdade, não se aprende a ser uma boa pessoa com medo do homem do saco.