domingo, 18 de junho de 2017

MINHA CALÇA ROXA


LIBÉLULA SENTIA INTENSAMENTE A VIDA A CADA MOMENTO! NUMA BREVE INSPIRAÇÃO, (NÃO DE DESABAFO) MAS DE IMPOSSIBILIDADE EM TRAGAR TUDO, REPRIMIA TODOS SEUS SENTIMENTOS, NÃO SE DANDO POR CONTA DA FALÊNCIA CONTINUA DOS ÓRGÃOS.

     Mandíbula tremula, coração palpitante, cabelos caindo, de quando em quando um choro e assim seus dias seguiam com a notória nota de rodapé: "É só uma fase!" Em cada fase Libélula amarrava o cadarço do tênis afim de se sentir mais segura, dava passos apressados enquanto contava os dedos com os dedos, o anelar portava uma aliança daquelas que gira no dedo, e antes dos cadarços frouxarem e dos pés pararem fitava um olhar para seu anel, e com o polegar apertava-o afim de sobressair um espaço entre o dedo e a curva superior, comparava-o com sua calça roxa que lhe apertava o quadril, mas aliviava a alma. De fase em fase a vida apertava um pouco mais, para dar conta do esgarço do dia anterior, seu ar que inspirava na adolescência com facilidade preenchendo seus pulmões e aliviando a falta da mãe, agora não mais corre a partir da garganta.
     As fases agora tão rotineiras já não são mais fases, se ao menos seu nome fosse outro, por que cargas d’água não se chama borboleta?
     Diz a lenda que o anel da Libélula era um amuleto que em vida dava forças para ela viver, dizem até que Libélula sem o anel não aguentaria um dia na terra. Se você encontrar uma Libélula por ai apenas a aceite, observe, ela pousará em sua perna enquanto estiver sentado. 
PESSOAS LIMÍTROFE PRECISAM DE AJUDA, A VIDA PODE SER SUPORTÁVEL, CUIDE-SE!

Danilo Pedrosa